Dom Fuas Roupinho

Dom Fuas Roupinho
Viu o Diabo no Chiado
Anda apaixonado
Anda apaixonado

Ora vem lá ver, Ó meu bem
Quando é que a alegria lá te encontra
Guarda num lencinho
As sementes do amor
Quem vier
Saberá
Ao bater à tua porta
Que o barão está vivo
Eis o teu cantor

Dom Fuas Roupimho
Viu o Diabo atrás da cerca
Homem não se perca
Homem não se perca

Ora vê lá bem, meu amor
Quando é que a Avenida não bifurca
Pára um momentinho
Vamos ao Adamastor
Junto ao rio
Vê-se o cais
E o sopé da tua porta
Todo e cada dia entrega o seu valor

Estas casas são caiadas
Têm raiz no nosso chão
Quando os mares aqui chegarem
Não vão, não

Mesmo a rainha da fonte onde clarificam águas
Verá o dia de esmorecer as minhas máguas

Dom Fuas Roupinho
Viu o Diabo no Chiado
Anda apaixonado
Anda apaixonado


Informações:

• Disponível no álbum Virou! (2009).
Letra: Jorge Cruz.
Música arranjada por Diabo na Cruz a partir de canção de Jorge Cruz.
Produzido por Jorge Cruz. 
Co-produzido por B Fachada e Nelson Carvalho.
Misturado e masterizado por Nelson Carvalho.

Curiosidades:
• Num concerto no Musicbox em 2010, Jorge Cruz apresentou assim Dom Fuas Roupinho: «Esta canção é uma canção sobre a tentação. Dom Fuas era um homem que de certo modo se sentia tentado pelo Diabo, mas o seu cavalo sábio, como todos os animais simples, travou no momento certo. Este Dom Fuas encontra-se no Chiado passeando quando de repente se cruza com essa corça do século XXI».

• Dom Fuas Roupinho foi um guerreiro nobre português. Reza a lenda que no dia 14 de Setembro de 1182 andava a caçar junto ao litoral quando avistou um veado (que seria o diabo) que de imediato começou a perseguir. Um denso nevoeiro levantou-se do mar enquanto o veado fugia à sua frente no cimo da falésia. Quando viu que não conseguiria parar a tempo o seu cavalo antes de cair, Fuas Roupinho rogou aos céus pela vida. Uma imagem luminosa surgiu à sua frente que fez estancar a sua montada à beira do precipício. O milagre está representado na Capela da Memória, no Sítio da Nazaré.